Sateré Mawe
O povo indígena Sateré Mawé habita a região do médio rio Amazonas em duas terras indígenas, uma denominada TI Andirá-Marau, localizada na fronteira dos estados do Amazonas e do Pará, e outra chamada TI Coatá-Laranjal, na qual vive um pequeno grupo da da etnia Munduruku.
A terra indígena Andirá-Marau possui 780.528 hectares e uma população de 13 mil pessoas. O seu nome se refere aos rios Andirá, em Barreirinha, e Marau, em Maués, afluentes do rio Amazonas.
Os Sateré Mawé são conhecidos por cultivarem o guaraná. O fruto amazônico nativo desse território é tão importante para eles que aparece no mito fundador deste povo.
Atualmente, vários indígenas Sateré Mawé residem em áreas periféricas de Manaus e formam quatro aldeias urbanas nesta região.

Ameaças
Desde o século XVIII, os Sateré Mawé tiveram seu território alterado pelas missões jesuítas, pela busca das drogas do sertão e pela extração de borracha da seringueira. Mais recentemente, as modificações se deram pela expansão econômica no interior dos municípios de Maués, Barreirinha, Parintins e Itaituba. Esse movimento estimulou a criação de fazendas, a abertura de garimpos, além de provocar o desmatamento e a dominação da economia indígena pelos regatões, comerciantes ambulantes.
As epidemias e a perseguição forçaram o deslocamento dos Sateré Mawé de seus territórios tradicionais, o que também colaborou para a redução de sua população.
Na década de 1980, os Sateré Mawé protagonizaram um combate à invasão da estatal francesa de petróleo Elf-Aquitaine que abriu 344 km de picadas, 82 clareiras e provocou a morte, por intoxicação, de quatro indígenas. Os indígenas ganharam o processo judicial movido contra a Elf-Aquitaine e também tiveram vitória sobre outra ameaça, a construção da rodovia Maués-Itaituba, que cortaria seu território.
Atualmente, jovens lideranças indígenas tentam ampliar o território do seu povo e combater o novo inimigo: a construção de dezenas de hidrelétricas, na bacia do Amazonas, que poderão afetar suas terras.
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Artesanato e arte Indígena
A subsistência das famílias Sateré Mawé baseia-se na agricultura, com destaque para o plantio de guaraná e de mandioca. O excedente de farinha, mel, castanha, diferentes qualidades de coquinhos, breu, cipós e vários tipos de palhas é comercializado nas cidades vizinhas.
A comunidade indígena também comercializa seus artesanatos e outros artefatos de grande riqueza cultural. Eles são designados por tessumi. Esse artesanato é confeccionado pelos homens com talos e folhas de caranã, arumã e outras matérias-primas extraídas da Floresta Amazônica. Os artesãos fazem peneiras, cestos, tipitis, abanos, bolsas, chapéus e também utilizam, tradicionalmente, os mesmos materiais na construção das paredes e das coberturas de suas casas.

Desde os anos 1990, a comunidade indígena vem se organizando com o apoio de organizações não-governamentais e buscando autonomia econômica por meio do comércio justo.
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