Cerâmica Indígena Baniwa – Tigela

A cerâmica indígena Baniwa é produzida a partir de uma massa de barro selecionada e misturada às cinzas da casca de uma árvore nativa da Amazônia, chamada Caraípe (da família das Chrysobalanaceas). Depois essa mistura é modelada por uma técnica chamada “acordelado”, quando rolos de massa são adicionados um a um até formar a peça com as dimensões desejadas pela ceramista. 

O pigmento utilizado pelas mulheres Baniwa no tingimento é o Eewa, uma argila encontrada apenas em raros depósitos localizados no leito dos rios e acessível apenas nos períodos de seca, quando os rios estão mais baixos. 

A queima das peças de cerâmica ocorre em períodos de seca e numa temperatura ideal. O resultado desse processo é uma total transformação das cores das peças. Quando estão sendo modeladas, as peças são cinzas com grafismos pintados em amarelo. Após a queima, no entanto, tornam-se claras, com padrões vermelho-alaranjados. A mudança é resultado da oxidação dos minerais ferrosos presentes na composição das peças. 

O uso das panelas de aço, introduzido pela mudança cultural contemporânea, afastou as jovens mulheres da produção desses artefatos. Mas felizmente esse ofício está sendo resgatado pela própria comunidade. As mulheres Baniwa são as responsáveis pela produção dos potes de cerâmica e vêm estimulando o ofício de ceramista junto às jovens da etnia por meio de capacitações. 

Este produto está fora de estoque e indisponível.

Baniwa

O povo indígena Baniwa está localizado entre as fronteiras do Brasil com a Colômbia e a Venezuela, integrando um complexo cultural de 22 povos indígenas diferentes, de língua aruak, às margens do rio Içana e seus afluentes. Concentram-se também em comunidades no Alto Rio NegroGuainía (nome do rio Negro na Colômbia) e em centros urbanos de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos (AM). 

A população Baniwa atual é estimada em 12 mil pessoas, das quais, cerca de 4 mil estão no Brasil, vivendo basicamente de agricultura e da pesca em, aproximadamente, cem aldeias e outras localidades.

Ameaças

Desde o século XVIII, a população indígena Baniwa foi perseguida e ameaçada por colonizadores, protagonizando resistência a diferentes formas de exploração ou catequização. 

Na década de 1970, sofreram novas ameaças com o projeto da BR-210 em suas terras, a construção de pistas de pouso para uso militar, a invasão de empresas de garimpo e resistiram à tentativa de retaliação de suas terras pelo governo federal com a demarcação de “ilhas”. 

Na década de 1990, a população Baniwa começou a se organizar em associações e conquistaram o reconhecimento, os direitos coletivos dos povos indígenas da região do Alto e Médio Rio Negro e a demarcação de um conjunto de cinco terras contínuas, com cerca de 10,6 milhões de hectares, nas quais estão incluídas as áreas de ocupação tradicional dos Baniwa no Brasil.

A população indígena Baniwa ainda sofre com o uso da sua mão de obra de forma precarizada em centros urbanos. 

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Artesanato e Arte Indígena 

As duas atividades básicas de subsistência dos Baniwa são a agricultura e a pesca, também praticam atividades extrativas como piaçava, borracha, sorva, castanha e de minerais. 

Atualmente, a comercialização de artesanatos é uma das poucas fontes regulares de renda monetária do povo Baniwa, especialmente da cestaria de arumã e ralos de madeira. 

São os únicos fabricantes dos raladores de mandioca feitos de madeira e pontas de quartzo, que são distribuídos em toda a região, por meio das trocas interétnicas e dos comerciantes. Atualmente, são os principais produtores de urutus e balaios para venda, tecendo as peças nos mais diferentes tamanhos, tipos de desenho e coloração.

A confecção de cestaria de arumã é uma arte milenar e de excelência, transmitida entre gerações. 

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